Do sentimentalismo à frivolidade, da "criança" com dez semanas ao mercado negro
O argumentário do Não é, como se sabe, muito variado. Tanto, que estou em crer que há gente que vê comunistas a comer criancinhas na pergunta do referendo.
A campanha do Não tem sido feita com o recurso às mais abjectas formas de persuasão, como o recurso a imagens de fetos ou de utilização despudorada de crianças (pretendendo com elas explorar o mais primário sentimentalismo) até aos argumentos mais frívolos, como o de que o Estado, e os portugueses, vão pagar literalmente pelos erros (crimes/devassidões, claro está) dos outros (explorando o clima de insegurança económica que o país atravessa).
E é nesta última estirpe de argumentos que eu encontro mais graça, sobretudo se vêm de um ex-ministro da finanças. Bagão Félix vem dizer, por exemplo, que está em desacordo que seja o Estado a pagar as despesas de uma licença por IVG (contemplada, actualmente, no actual Código do Trabalho com 14 ou 30 dias, consoante a interrupção tenha sido espontânea ou terapêutica).
Eu até compreendo que Bagão Félix esteja contra os direitos dos trabalhadores deste país. Enquanto ministro das finanças, só não tirou mais porque não era o CDS-PP que estava em maioria na coligação. Mas daí a abdicar das regras, boas ou más (eu não sei onde esta gente vai buscar tanta imaginação, para falar de uma regulamentação que ainda não está concretizada), para fazer a apologia do mercado negro ou da fuga de dividendos para o estrangeiro (com sede em Espanha ou Inglaterra) .
A IVG clandestina, quer estas cabeças queiram quer não, é uma realidade neste país, e vai continuar a sê-lo. Um gigantesco mercado paralelo que, perdoem-me a frivolidade, tem uma taxa altíssima de produtividade - poucos meios para exercer a actividade e muitos lucros - e que manda a Direcção-Geral de Contribuições e Impostos às urtigas.
Bem trabalhadinho, senhor ex-ministro, o Estado ainda pode vir a lucrar com a IVG legalizada. Veja só o dinheirinho que cá não fica de quem habitualmente vai ao estrangeiro e pode, com toda a facilidade, prescindir do SNS e deslocar-se às filiais portuguesas da clínica "Los Arcos". É só mais um pouco de imaginação senhor ex-ministro.
A campanha do Não tem sido feita com o recurso às mais abjectas formas de persuasão, como o recurso a imagens de fetos ou de utilização despudorada de crianças (pretendendo com elas explorar o mais primário sentimentalismo) até aos argumentos mais frívolos, como o de que o Estado, e os portugueses, vão pagar literalmente pelos erros (crimes/devassidões, claro está) dos outros (explorando o clima de insegurança económica que o país atravessa).
E é nesta última estirpe de argumentos que eu encontro mais graça, sobretudo se vêm de um ex-ministro da finanças. Bagão Félix vem dizer, por exemplo, que está em desacordo que seja o Estado a pagar as despesas de uma licença por IVG (contemplada, actualmente, no actual Código do Trabalho com 14 ou 30 dias, consoante a interrupção tenha sido espontânea ou terapêutica).
Eu até compreendo que Bagão Félix esteja contra os direitos dos trabalhadores deste país. Enquanto ministro das finanças, só não tirou mais porque não era o CDS-PP que estava em maioria na coligação. Mas daí a abdicar das regras, boas ou más (eu não sei onde esta gente vai buscar tanta imaginação, para falar de uma regulamentação que ainda não está concretizada), para fazer a apologia do mercado negro ou da fuga de dividendos para o estrangeiro (com sede em Espanha ou Inglaterra) .
A IVG clandestina, quer estas cabeças queiram quer não, é uma realidade neste país, e vai continuar a sê-lo. Um gigantesco mercado paralelo que, perdoem-me a frivolidade, tem uma taxa altíssima de produtividade - poucos meios para exercer a actividade e muitos lucros - e que manda a Direcção-Geral de Contribuições e Impostos às urtigas.
Bem trabalhadinho, senhor ex-ministro, o Estado ainda pode vir a lucrar com a IVG legalizada. Veja só o dinheirinho que cá não fica de quem habitualmente vai ao estrangeiro e pode, com toda a facilidade, prescindir do SNS e deslocar-se às filiais portuguesas da clínica "Los Arcos". É só mais um pouco de imaginação senhor ex-ministro.
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