Pobres criancinhas
Na imagem Dawn Stefanowicz.
Em clara antecipação a 2009, aqui fica mais um instrumento do qual os homófobos podem fazer o uso demagógico costumeiro na sua incessante cruzada anti-gay e, em particular, no longínquo debate sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo e adopção de crianças: o testemunho de adultos maltratados, quando criancinhas, por debochados pais gays.
Via Proceed at Your Own Risk, who else, cheguei a mais esta pérola. Resumindo um pouco a história: Dawn Stefanowicz conta como a exposição ao estilo de vida do pai (homossexual que morreu em 1991 vítima de Sida) lhe causou inúmeros problemas (dificuldade de afirmação sexual, depressão, baixa-estima, etc.) e propõe-se ser o garante de que tal não volte a suceder a outras crianças. Como? Criou uma empresa destinada a dar aconselhamento a crianças que vivam com pais LGBT's. A sobrevivência de dita empresa depende de donativos a fundo perdido (não se dão facturas e o dinheirinho vai direitinho para esta tresloucada) e, claro, de rezas: "While we strive to serve and educate, we greatly value your prayers".
Vale a pena ler o texto integral e, para quem é masoquista, não deve perder o livro que esta senhora vai lançar em 2007. Eu só gostaria de perguntar-lhe umas coisinhas: devem ser retiradas as crianças aos progenitores em caso de um deles, ou os dois, serem LGBT's? Devem também ser retiradas as crianças a todos os progenitores que não levem uma vida "como Deus manda"? Onde colocar as crianças filhas de pais LGBT's e/ou não tementes a Deus? Nas Oficinas de São José? Que fazer com os LGBT's? Enforcá-los? Ainda está de acordo que LGBT's possam casar desde que com pessoas do sexo oposto ou não sofreu demasiado com a hipocrisia que conduziu o seu pai a casar com alguém que não amava ou, sequer, sentia atracção sexual?
Enfim, o que vale é que a realidade é mais forte do que as fantasias desta gente tresloucada. Senão como explicar isto?
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