Vigilâncias à moda antiga
Suponho que seja tão velho como a Humanidade e apenas conheço um termo adequado em inglês: bullying.
In colloquial speech, bullying often describes a form of harassment perpetrated by an abuser having more physical and/or social power and dominance than the victim possesses. The victim of bullying is sometimes referred to as a target. The harassment can be verbal, physical and/or emotional.
Norwegian researcher Dan Olweus defines bullying as when a person is "is exposed, repeatedly and over time, to negative actions on the part of one or more other persons.". He defines negative action as "when a person intentionally inflicts injury or discomfort upon another person, through physical contact, through words or in other ways."
Em Espanha, wherelse, a sensibilidade dominante e as políticas públicas apelam claramente para refrear este fenómeno que se constitui como o «braço armado e invisível» pelo qual se transmitem todo o género de discriminações. Nas escolas, por exemplo, alunos LGBT enfrentam todos os dias o insulto e a piada fácil que transforma o seu crescimento num processo ainda mais doloroso. O ELPAIS trazia ontem alguns testemunhos.
Em Portugal, não há qualquer sensibilidade para estes assuntos. Há sim, uma atitude frouxa de pessoas, colectivos e políticos cheios de medo de ferir consensos.
Parece mesmo pairar no ar um sentimento de desconfiança. Dar a entender que a empedernida linguagem sexista ou racista/xenófoba pode causar, e sempre causou, sofrimento inútil é visto como uma tentativa de limitação da liberdade de expressão alheia. Onde não há discussão, não há definição de fronteiras entre o que é uma crítica e um insulto. Não há evolução de formas de humor que ultrapassem o género «levanta-te e ri».
Mais. Paira no ar que quem denuncia esses esquemas antiquíssimos de perpetuação de preconceitos, para além de chato, é um censor, um pequeno ditador, que não respeita as opiniões alheias, criando assim, por incrível que pareça, uma nova classe de vítimas: as do politicamente correcto.
Acontece que, não só essas «novas vítimas» sempre foram os vigilantes da minha e de milhares vidas (e continuam a sê-lo, infelizmente) como a expressão «politicamente correcto» é usada, propositadamente, num contexto diferente para o qual suponho ter sido engendrada: é politicamente correcta a atitude dominante numa sociedade. Quem me dera a mim que a luta contra a misoginia, a homofobia ou o racismo estivessem no ADN de qualquer português. A Democracia não está sedimentada quanto mais formas melhoradas desse mesmo conceito.
In colloquial speech, bullying often describes a form of harassment perpetrated by an abuser having more physical and/or social power and dominance than the victim possesses. The victim of bullying is sometimes referred to as a target. The harassment can be verbal, physical and/or emotional.
Norwegian researcher Dan Olweus defines bullying as when a person is "is exposed, repeatedly and over time, to negative actions on the part of one or more other persons.". He defines negative action as "when a person intentionally inflicts injury or discomfort upon another person, through physical contact, through words or in other ways."
Em Espanha, wherelse, a sensibilidade dominante e as políticas públicas apelam claramente para refrear este fenómeno que se constitui como o «braço armado e invisível» pelo qual se transmitem todo o género de discriminações. Nas escolas, por exemplo, alunos LGBT enfrentam todos os dias o insulto e a piada fácil que transforma o seu crescimento num processo ainda mais doloroso. O ELPAIS trazia ontem alguns testemunhos.
Em Portugal, não há qualquer sensibilidade para estes assuntos. Há sim, uma atitude frouxa de pessoas, colectivos e políticos cheios de medo de ferir consensos.
Parece mesmo pairar no ar um sentimento de desconfiança. Dar a entender que a empedernida linguagem sexista ou racista/xenófoba pode causar, e sempre causou, sofrimento inútil é visto como uma tentativa de limitação da liberdade de expressão alheia. Onde não há discussão, não há definição de fronteiras entre o que é uma crítica e um insulto. Não há evolução de formas de humor que ultrapassem o género «levanta-te e ri».
Mais. Paira no ar que quem denuncia esses esquemas antiquíssimos de perpetuação de preconceitos, para além de chato, é um censor, um pequeno ditador, que não respeita as opiniões alheias, criando assim, por incrível que pareça, uma nova classe de vítimas: as do politicamente correcto.
Acontece que, não só essas «novas vítimas» sempre foram os vigilantes da minha e de milhares vidas (e continuam a sê-lo, infelizmente) como a expressão «politicamente correcto» é usada, propositadamente, num contexto diferente para o qual suponho ter sido engendrada: é politicamente correcta a atitude dominante numa sociedade. Quem me dera a mim que a luta contra a misoginia, a homofobia ou o racismo estivessem no ADN de qualquer português. A Democracia não está sedimentada quanto mais formas melhoradas desse mesmo conceito.
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