terça-feira, janeiro 23, 2007

O Parlamento dinamarquês e uma manifestação pró-nazi

Caro Eduardo Pitta, comparar uma instituição parlamentar de um país membro de União Europeia com uma manifestação pró-prisão que incluía membros da extrema-direita francesa é, desculpe que lhe diga, um atentado à inteligência dos seus leitores. Ambos são as duas faces da mesma moeda? Ambos fazem apelos sectários?

É por estas e por outras que entendo que o projecto europeu está moribundo. Portugal não é o Irão, nem o Parlamento dinamarquês um jornal que usa a sua agenda xenófoba para criar um clima de confrontação entre uma Europa hipócrita e um país médio-asiático dominado por fanáticos.

Portugal faz parte da União Europeia, tal como a Dinamarca, e a aproximação entre países, neste já vasto conjuto de nações que é a UE, deve ser no sentido do aprofundamento dos direitos de todos, incluindo os das minorias (sejam elas quais forem), e da luta contra as desigualdades.

Parece-me também isso o que está em causa neste referendo. A liberdade e a luta pela igualdade entre homens e mulheres. Que venha um país com longa tradição democrática (através de uma das suas instituições mais importantes) apelar ao Sim só pode ser positivo. Não sectário, mas politicamente comprometido com o progresso da Humanidade.