sábado, fevereiro 11, 2006

Os novos bobos


Na imagem o Padre Nuno Serras Pinto.

Depois de, há cerca de um ano, ter surpreendido Portugal com um anúncio nos jornais em que afirmava recusar a comunhão a quem usasse métodos contraceptivos,
entre outros disparates (de facto só os seguem quem quer), Nuno Serras Pinto ataca novamente e não só afirma que a «homossexualidade é uma doença», como o «aborto é um crime pior do que a pedofilia». Vale a pena ler o resto da palhaçada aqui.

O problema com a «liberdade de expressão» na Europa (como em todo o mundo «civilizado») é que nem todos têm o mesmo poder, junto dos mass media, para expôr os seus pontos de vista. São menos os dias em que saem notícias deste teor do que os dias em que saem notícias deste teor. Qualquer peido vindo do Vaticano ou da paróquia das Rãs de Cima se transforma rapidamente em notícia. E não é só em jornais de segunda, como o Correio da Manhã, acontece também nos da suposta referência e com uma agravante: tornam-se «a referência» em torno da qual se julga estar a discutir.

Por isso é que expressões como lobby gay vão ganhando força, à custa de tanto alarve que a repete. É por isso que frases como «os homossexuais podem casar desde que seja com pessoas de sexo diferente» vão passando incólumes, sem contraditório.

Antigamente havia nas cortes essas figuras chamadas os «bobos» que diziam a brincar aquilo que era sério. Eram pessoas influentes e até cultas, segundo se diz. Acho que corariam se pudessem ler e ouvir os seus sucessores do século XXI.