Prontos, usem lá a porra dos preservativos e dos Cicotecs, mas abortar é que não, suas depravadas!
Referendo: Sim ou Não? é o título de um texto do Cardeal Patriarca de Lisboa, do dia 7 de Janeiro, e que o DN de ontem deu conta nesta notícia.
O senhor Cardeal desmonta com bravura e, claro, com a toda a misoginia que caracteriza a ICAR (como classificá-la? ingénua? natural? intrínseca?), todos os objectivos em que os partidários do "sim" se apoiam (despenalizar, direito a decidir, fazer o país constar na lista dos países desenvolvidos, etc). Diz que esses objectivos têm imensas fragilidades, salvo "[o] que se afirma com a crueza da realidade [que] é o drama do aborto clandestino do qual, como ficou dito, não se conhecem as fronteiras da realidade".
A pérola vem a meio do texto: "O cruzamento dos métodos anti-conceptivos com os métodos abortivos e as soluções químicas para a interrupção da gravidez fizeram diminuir a realidade do aborto de “vão de escada”". Para quem o aborto clandestino é uma preocupação e uma realidade da qual se desconhecem a fronteiras (é claro que este estudo [atenção, é um PDF] não interessa para nada) é uma novidade enorme, por parte da ICAR, reconhecer que os anti-concepcionais e os Cicotecs estão aí para quem quiser usá-los. A menos que o Cardeal se estivesse a referir à abstinência e ao Xanax, mas ele sabe que nem uma criancinha suponha isso.
Talvez, em desespero de causa, para além das imagens de fetos com 30 semanas e estudos sobre os brutais lucros das empresas abortadeiras espanholas, este referendo ainda traga uma lufada de ar fresco ao discurso do "não" por parte das católicas cabeças. Ainda vou ver o Cardeal Patriarca de Lisboa a oferecer preservativos e pílulas-do-dia-seguinte nas missas dominicais.
O senhor Cardeal desmonta com bravura e, claro, com a toda a misoginia que caracteriza a ICAR (como classificá-la? ingénua? natural? intrínseca?), todos os objectivos em que os partidários do "sim" se apoiam (despenalizar, direito a decidir, fazer o país constar na lista dos países desenvolvidos, etc). Diz que esses objectivos têm imensas fragilidades, salvo "[o] que se afirma com a crueza da realidade [que] é o drama do aborto clandestino do qual, como ficou dito, não se conhecem as fronteiras da realidade".
A pérola vem a meio do texto: "O cruzamento dos métodos anti-conceptivos com os métodos abortivos e as soluções químicas para a interrupção da gravidez fizeram diminuir a realidade do aborto de “vão de escada”". Para quem o aborto clandestino é uma preocupação e uma realidade da qual se desconhecem a fronteiras (é claro que este estudo [atenção, é um PDF] não interessa para nada) é uma novidade enorme, por parte da ICAR, reconhecer que os anti-concepcionais e os Cicotecs estão aí para quem quiser usá-los. A menos que o Cardeal se estivesse a referir à abstinência e ao Xanax, mas ele sabe que nem uma criancinha suponha isso.
Talvez, em desespero de causa, para além das imagens de fetos com 30 semanas e estudos sobre os brutais lucros das empresas abortadeiras espanholas, este referendo ainda traga uma lufada de ar fresco ao discurso do "não" por parte das católicas cabeças. Ainda vou ver o Cardeal Patriarca de Lisboa a oferecer preservativos e pílulas-do-dia-seguinte nas missas dominicais.
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