sexta-feira, novembro 10, 2006

Diga lá excelência














© Steve Bell 2006

Que gozo ler José Manuel Fernandes ontem, no Público. É mais um dos tais que «Se o clube deles ganha gritam: "Ganhamos!" Se o clube deles perde sentenciam: "Perderam..."».

Da cegueira

Se deus descesse à Terra em cuecas e dissesse que tudo o que vem escrito na Bíblia, na Tora ou no Corão (para não falar noutras medievais compilações) era uma rotunda mentira esta gente não acreditava. Acho que as milhentas variações do tema "deus" sobreviveriam ao próprio deus, ao vivo e em cuecas. O que vale é que o reino dos céus está sempre aberto aos pobres de espírito, mesmo que estes falem com propriedade de Kierkegaard.

Lágrimas de crocodilo

Ler Vital Moreira escrever isto dá-me uma certa volta ao estômago. Especialmente depois do incansável lutador pela liberalização total, ou à bruta direi eu, dos serviços básicos, ter achado mal que o Governo tivesse intercedido para que os preços da electricidade não subissem à módica quantia de 15% ao ano, como proposto pela autoridade que rege o monopólio da EDP.

Para acabar com "a vergonha" bastava que a EDP distribuisse alguns dos 649 milhões de lucros que já leva este ano. Mas isso era interferir, precisamente, naquilo que Vital Moreira acha que é a resposta a essa mesma desigualdade.

Dos sentidos

O post é antigo, mas a irritação ficou. Mesmo com segundo post sobre o assunto. Na altura bastou a Eduardo Pitta ouvir uma notícia para tecer considerações à Blasfémias.

Não se trata de recriminar Eduardo Pitta. Há liberdade de expressão neste país. Aliás, o método tem feito escola e produzido resultados. Acho estranho é o facto de alguém confiar tanto nos seus ouvidos, ou nos dos amigos insuspeitos, mas tenha as maiores dúvidas sobre o olhar dos outros, talvez inimigos e, com grande probabilidade, suspeitos.

Afinal são sempre números o que está em causa e todos queremos fazer política: Governo, Sindicatos, Administradores no desemprego, Críticos de Literatura ou o Zé da Esquina.